quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

'Detenção foi atentado ao exercício do jornalista', diz sindicato no AM

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (SJPAM) divulgou, na tarde desta terça-feira (28), nota de repúdio à ação do policial militar que deteve o jornalista Carlos Eduardo Matos, repórter do G1, nesta manhã. No comunicado, o presidente do sindicato, Wilson Reis, afirmou ter considerado a atitude um "atentado ao exercício da profissão e abuso de autoridade policial".
De acordo com a nota, os policiais agiram de maneira violenta ao algemar o repórter. Para o presidente do Sindicato, "o ato em si revela o despreparo de policiais militares que, mesmo com a missão institucional de garantir segurança aos cidadãos, abusam da autoridade de polícia e tripudiam sobre direitos individuais e coletivos dos cidadãos assegurados, de forma plena, pela Constituição Federal".
Na nota, o SJPAM afirmou ainda que "o episódio foi um atentado ao exercício da profissão, na medida em que o profissional de imprensa encontrava-se em plena atividade de trabalho, e condena qualquer forma de repressão ao direito do jornalista, de exercer o seu papel de levar informação de qualidade à população".
Wilson Reis disse ainda, na nota, que "toda violência quando perpetrada contra outrem é condenável e ganha dimensões gravíssimas, quando exercida por agentes públicos, no caso, os policiais da Polícia Militar do Amazonas. A prisão do jornalista Carlos Eduardo da Silva Matos deve ter a preocupação do Comando Geral da PM e encaminhamento à Corregedoria Militar. É consequente, também, que o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Segurança Pública, além de empregar recursos na compra de equipamentos, também deva realizar investimentos na qualificação policial".
O casoO repórter Carlos Eduardo Matos foi detido, na manhã desta terça-feira (28), durante a cobertura do acidente envolvendo a queda de um avião de pequeno porte, na Zona Centro-Sul de Manaus. O jornalista fotografava a área onde o avião caiu junto a repórteres de outras emissoras quando foi detido sob acusação de desacato. Segundo a polícia, ele foi algemado e retirado do local para preservar o local do acidente.
Matos foi levado para o 10º Distrito Integrado de Polícia (DIP), localizado no bairro Alvorada, Zona Centro-Oeste de Manaus. Ele prestou esclarecimentos e foi liberado no fim da manhã.
Segundo Matos, a área onde ele estava tirando fotos não estava isolada. "Outros profissionais da imprensa estavam no mesmo local e um tenente da Polícia Militar me impediu de continuar o trabalho. Ele tomou os dois telefones celulares que estavam comigo e me levou algemado para a viatura. Não havia necessidade disso, não agredi ninguém, não falei nada demais para ser tratado dessa forma. Fui fichado na delegacia e estou respondendo por desacato à autoridade", declarou.
O tenente Anderson Pereira Alfon foi quem fez a detenção do jornalista. Ele disse que a área onde eles estavam oferecia riscos. "Nós estávamos apenas preservando o local do acidente, impedindo que o trabalho da perícia fosse atrapalhado. Havia risco de explosão", declarou.

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